domingo, 12 de abril de 2009

Reality Réquiem

No dia 22 de março de 2009 faleceu Jade Goody, 27 anos, ex-Big Brother Britânica. Pra quem não conhece, talvez possa se lembrar de uma das muitas polêmicas em que esteve envolvida. Jade foi uma das primeiras “estrelas” de realities shows lá na terra da rainha. Sempre com uma personalidade muito forte, recebeu destaque na mídia em diversas oportunidades. Em 2007 ao participar de um Big Brother apenas para “celebridades” , foi acusada de racismo contra a atriz indiana Shilpa Shetty. Esse episódio causou uma série de complicações para Jade, que após reatar com a atriz indiana fez doações para instituições indianas. Ano passado, além dessas ações, Jade se ofereceu para participar da versão indiana do Big Brother. Até agora, nada que não vimos anteriormente, até mesmo aqui no Brasil. Mas foi aí que tudo começou a mudar.




Após o início do programa, Goody recebeu a notícia de que tinha câncer cervical e deixou a casa dois dias após entrar. Se você pensa que esse ato a poupou de exposição está terrivelmente enganado. Jade transformou sua batalha contra o câncer e seus últimos dias em um reality show. Após o início do tratamento, ela cobrou por entrevistas exclusivas além de vender seu casamento com um ex-colega de Big Brother por 1 milhão de libras para uma rede de TV. A edição britânica da Revista OK!, além de comprar os direitos do casamento de Goody seguiu todos os passos da batalha da ex-big brother contra o câncer.


Muitos ao saberem disso podem julgar precocemente Jade, mas será que ela é mesmo a culpada? "Eu vivi toda a vida adulta falando sobre a minha vida. A única diferença é que agora eu estou falando sobre a minha morte. Está tudo bem. Eu vivi na frente das câmeras. Talvez morra na frente delas", disse ela em fevereiro ao jornal News of the World. Ela se aproveitou de toda a máquina e faturou alguns milhões, que ficaram de herança para seus dois filhos.


E a cobertura não acabou nem com sua morte, cerca de 2,000 pessoas assitiram semana passada do lado de fora da igreja ao serviço religioso em sua memória. Dois telões do lado de fora transmitiam a cerimônia. O cortejo fúnebre com cerca de 20 carros foi acompanhado por milhares de pessoas nas ruas.


Aí que vem a grande questão? De quem é a culpa de tudo isso? Há um culpado? Seria isso tudo realmente necessário? Em que rumo está caminhando o entretenimento?


Essa tal de realidade, será que é tão real mesmo? Não vou entrar em explicações profundas de como o ser humano é fascinado por querer saber a “realidade” do outro. Mas continuo questionando, será que isso realmente é necessário? Uma cobertura jornalística séria e não sensacionalista, não seria suficiente?


Essa semana não estou precisamente borrifando. Resolvi apenas chacoalhar o spray. Borrife se quiser.

2 comentários:

  1. eu nem sabia destes fatos, é tem alguns anonimos que entram pra realitys shows e fazem fama!

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  2. O Rodolfus, nao sei se e so aqui mas voce mudou o tamanho da fonte no meio do texto!!o errinho de atendimento hein!!!

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