domingo, 13 de dezembro de 2009

Don't Patronize Me!

Aqui no Borrifando falamos de muitos assuntos. Borrifamos no exército brasileiro e também no aquecimento global. Borrifamos na Globo e também na Geisy, mas muitos dos nossos posts podem ser categorizados em um mesmo grupo: a falta de crítica da população.


É inegável que, na nossa opinião, está aí o maior problema do Brasil, como inclusive já falamos no post "O pior do Brasil é o brasileiro". Até aí, novidade para ninguém. O que quero falar hoje é, na verdade, uma pergunta. Uma pergunta que gostaria que cada um fizesse a si mesmo, assim como eu me fiz.


Que a população brasileira sofre com a pouca educação que o estado oferece e com informações limitadas que as principais mídias de massa põe a disposição, todos sabemos, mas a questão é: o que você faz em relação a isso?


Como age diante dessa constatação? Que tipo de conversas tem com pessoas que você julga terem um repertório menor que o seu? Pense bem. Você as estimula? Ou, como prepotentes que somos, age com condescendência e segue criticando?


Esses dias ouvi uma estória que me fez pensar em tudo isso. Um amigo gaúcho estava em São Paulo a trabalho e, a caminho da reunião, batia um papo com o taxista. Passando sobre a nova ponte estaiada do Morumbi, comentou:

- Nossa, essa ponte nova é realmente muito bonita, né?


O taxista, entusiasmado com o elogio que o gaúcho fazia à nossa cidade, respondeu:

- Sim, é sim!

- Hm.. e o senhor sabe quem foi que a projetou?

- ... Puxa, não sei.


Com mais algum tempo de viagem, o gaúcho, já com outro assunto em mente, perguntou:

- Como chamava mesmo aquele casal cuja menininha caiu pela janela?

- Ah! O casal Nardoni! Terrível essa história.


E o gaúcho, pensativo, respondeu:

- O senhor não acha estranho que saiba o nome desses criminosos, mas não saiba quem projetou essa ponte tão bonita por onde o senhor passa quase todos os dias?


O taxista concordou um pouco confuso e permaneceu em silêncio até que chegassem ao seu destino. Quando o gaúcho já estava saindo do carro, ele falou:

- Olha, o senhor me pôs uma coisa na cabeça hoje. Fiquei encafifado. Não vou esquecer disso, não.


Ambos se despediram e assim ficamos com um taxista com uma pulga atrás da orelha e, quem sabe, um maior senso de crítica.


O que queria perguntar é: o que você faria no lugar do gaúcho? Teria essa conversa, ou bateria um papo bacana sobre o clima e o Brasileirão? Hm?

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