quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A ditadura da falta de opção

Volto a escrever neste espaço depois de quase cinco anos de hiato. A ideia é resgatar esta página com o propósito dela: o de falar o que pensamos, a verdade, sem hipocrisia, doe a quem doer. Borrifando em quem merece.

Durante estes quase cinco anos, além de aprendizados, trocamos de presidente, mas mantivemos a agenda e o partido. Acho a democracia uma verdadeira conquista deste país e sou a favor dela, o poder do povo escolher e de tentar ser feliz.

O que acho realmente preocupante é o fato desta presidente ser, sem dúvidas alguma, o pior líder que este país teve desde a queda do Collor. Sei que somos uma jovem democracia e por isso mesmo não temos um histórico comparativo muito significativo nesta retomada democrática. Passaram pelo planalto escolhidos pelo povo apenas Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. São poucos exemplos para país tão vasto e complexo.

Mas mesmo sem muita base para comparação, é claro e triste que o país não tem nenhuma direção clara. E mesmo sem nenhum direcionamento, as contas públicas estão no seu mais alto nível de gastos na história. A máquina pública atual é sem dúvidas a mais inflada e ineficiente que já presenciamos.  A iniciativa privada e os contribuintes estão pagando o maior montante de impostos para bancar esta máquina pesada, gordurosa e ineficiente, como mostrou na semana passada o impostômetro instalado no centro de São Paulo. (Ver http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/impostometro-bate-novo-recorde-em-2013/)


Mas por que ineficiente?
Basicamente porque o país simplesmente parou no tempo desde que Rousseff assumiu o poder e continua parado. Não vemos nenhuma agenda política que faça sentido ou que atenda algum direcionamento claro. Não houve avanços ou melhoras significativas na infraestrutura, saúde ou educação, claramente áreas chaves que precisam ser mudadas no Brasil.
Os avanços nestas áreas fundamentais foram nulos e, pior, em alguns casos a situação está ainda pior. É um velho clichê ouvir que se você não tem um plano de saúde ou escola privados, está em maus lençóis. Mas é a pura verdade. Acompanho na imprensa sobre a situação da saúde e os fatos são vergonhosos. Hospitais lotados, pessoas morrendo nas filas, desperdício de dinheiro público (Ver http://oabce.org.br/2013/08/29/artigo-crise-na-saude-publica/). Absolutamente não houve avanço nesta área, que já é uma vergonha faz muito tempo. O que revolta é termos ministérios e máquina pública tão inchados, com níveis de arrecadação recordes e, mesmo assim, recebemos serviços cada vez mais desumanos. Lógico que estes ministérios estão sempre sob responsabilidade de políticos aliados ao governo.
Vale lembrar que o governo federal responde por mais de 60% da arrecadação e repassa verbas a estados e municípios conforme sua estratégia de governo, isto põe boa parte da culpa de gestão no governo federal, embora as esferas estaduais e municipais estejam longe de serem ótimos exemplos de gestão pública.



Outro ponto negativo que chancela a péssima gestão da nossa “presidenta” é que nenhuma reforma foi feita mesmo com a oposição estando, dia após dia, mais enfraquecida. Vale lembrar que tal gestão já teve doze anos para realizar as reformas fundamentais para o país, mas parece que nunca teve interesse em se mexer para que elas saíssem dos corredores de Brasília. Enquanto isso, temos um sistema tributário, político e agrário caóticos que ajudam a levar o país a ser um dos mais ineficientes do mundo.



Ok, vamos recapitular... Infraestrutura, saúde e educação estagnados. Até conquistas mais duradouras como estabilidade econômica, crescimento e inflação que vieram desde o tempo do plano real, em meados dos anos 90, estão ameaçados. Ou será que alguém do mercado financeiro ou do empresariado ainda acredita em alguma palavra do excelentíssimo ministro Guido Mantega? O fato é que o bonde dos investimentos e aquela euforia sobre “a hora do Brasil” parece ter passado, porque basicamente o mundo está se recuperando e claro, o dinheiro migra para outros lugares com investimentos e retornos mais atrativos.
E olha que tivemos tempo para poder desenvolver setores importantes para o país não ser tão dependente de vender commodities para a China.


O triste é saber que mesmo com todo este contexto, o atual governo Dilma galopa com vantagem gordurosa para vencer as próximas eleições. É algo realmente inacreditável e triste. Mas eles são muito competentes em autopromoção e em usar a máquina pública para garantir visibilidade e manter os votos contanto meias verdades ou criando um país de mentira, que simplesmente não existe. Se o Brasil estivesse de fato avançando, se o projeto da “nova classe média” estivesse realmente dando certo, acho que não teríamos esses índices de violência tão doentios. É um sinal que algo está realmente indo muito mal.



Repito, o país está perdido, sem direção. Tão perdido que a maior bandeira da campanha de Dilma para a reeleição é o programa “Mais Médicos”, que nada mais é que um plano emergencial aprovado às pressas por causa das manifestações de junho do ano passado. Este “plano emergencial” é um dos pilares para a reeleição! 

Cadê o plano de gestão e a direção que deveríamos estar vendo desde 2011?

O pior mesmo é que vivemos numa certa ditadura, velada claro, de esquerda, onde o simples fato de contestar este governo e suas “conquistas”, que leio mais como uma desastrada gestão, é ser considerado “reaça”, conservador, hipócrita, elitista, boçal, burro, antiquado... Isso só para listar o que já ouvi deste povo.  Falam isso como esta forma de gestão fosse a única eficiente para distribuir renda entre os menos favorecidos e gerar riqueza. E tenho certeza que não é.


E é neste último ponto que intitulo meu texto e o que mais me preocupa. Falta quem conteste, falta quem fale. Falta uma agenda que seja mais inteligente e exequível do que a atual.  Está na hora de termos uma oposição mais contundente, contestadora e, por que não, barulhenta. Que mexa nesta ordem e questione a opinião pública. 
Se a atual gestão desgovernada vencer novamente, estaremos indo para um caminho muito perigoso. Rumamos para virarmos mais Caracas do que um país de “classe média”, como o próprio governo atual insiste em nos enganar dia sim, dia sim.


4 comentários:

  1. Será que a democracia é a melhor forma de elegermos os líderes? Não estou falando sobre "justiça", mas sim sobre eficácia. Já me questionei isso diversas vezes, uma vez que têm o mesmo peso do voto aquele que estudou e sonha com um futuro melhor para o longo prazo, daquele que ganhou do governo uma caixinha de natal para a compra de cachaça e cigarros.

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  2. Mostra a cara, bundão! Mostre seus argumentos.

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  3. Caramistério, uma vez já escrevi aqui mesmo nesse blog. No Brasil a "democracia" só existe desde que não possamos questionar a "democracia". Há um erro muito grande nisso aqui! Eu fico enojado com pessoas que falam da revista VEJA como Satanás. É muito bom ver um novo texto aqui nesse espaço Diogo. Em breve tem mais.

    Abs!

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