quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Engajados de “Likes”

O mundo é realmente um lugar muito interessante. Aprendemos muito por aqui. É só lembrar que quando nascemos, a única coisa que somos capazes de fazer é borrar nossas fraldas, chorar mais alto que o Mont Blanc e mamar nos seios maternos da progenitora, responsável por esta viagem maluca e transcendental neste planeta de Meu Deus.

Porém, ao longo dos anos, vamos, na teoria, ficando mais sabidos; aprendemos um bocado de coisas inúteis no colégio, tal como as cinquenta e quatro etapas do ciclo de Krebs e a capital da Islândia. Coisas até interessantes, mas que não usamos lá muito na vida adulta. Enfim, durante a época do colégio, até os dezessete anos, vamos aprimorando nossa visão do mundo e lapidando nossos gostos pessoais.


Alguns, entretanto, não evoluem na mesma tocada e acabam desenvolvendo gostos duvidosos. Posso e estou sendo extremamente ranzinza, mas de fato não consigo entender alguém que realmente goste de ouvir certos tipos de música. Bem, posso até lamentar muito, mas o ouvido é de cada um. Apenas não ouçam estas merdas em alto volume no coletivo. Mas isso é assunto para outro post.


Finalmente chegamos à universidade e começamos a ter contato com um mundo novo e maravilhoso, cheio de fantasias, festas, gente jovem e bonita. Neste contexto, temos uma vontade realmente legítima de querer correr atrás dos nossos ideais de mundo e vida. Posso afirmar que realmente acho bonito quem quer trabalhar no terceiro setor, ajudar e até mesmo dedicar sua vida para fazer a diferença para a sociedade em nome de uma causa. Conheço pessoas que doam muito do seu tempo e carreira para causas muito nobres e que levam este assunto muito a sério. E por respeito a estes, não respeito os sujeitos do parágrafo abaixo.


Como sempre, tem outra parcela que tem um monte de “ideais” a serem seguidos. Mas, veja só, são bandeiras defendidas apenas para pagar de intelectualóide de esquerda e fingir aos outros o quão engajado eles são. Baseiam suas boas ações nas redes sociais, posam de grandes engajadores em troca de likes no Facebook. No Instagram está lá a “fotinha” de filtro escolhido e com um bando de crianças pobres enquanto nosso agente social “exerce” sua causa. Boom! 100 likes e umas tontas enganadas e imagem social garantida. Em paralelo compartilha alguns artigos aos quais não leu nem a metade, posta uma frase enfadonha de efeito e assim endossa seu contexto. Boom! 30 likes.


Novamente, não critico a quem faça o bem ou tente levantar suas bandeiras. Acho boçal quem fala, por exemplo, de socialismo, manda atear fogo no capitalismo e ao livre mercado com um discurso mais vazio do que balada no asilo e, como num passe de mágica, aparece cheio de roupinha de marca em uma foto em South Beach, Miami. E curtindo muito!!! É fácil brincar de canhota quando se tem todo o conforto da casa e dinheiro do papai, não? Posso garantir que tinha um tipo desses como meu amigo no “feice”. Ignorei, pois há certos tipos que não merecem o trabalho.


Em casos menos graves (ou não, boa discussão), há gente que simplesmente precisa compartilhar sua foto de “trabalho social” que fez em algum lugar remoto do mundo e, até mesmo, pasmem, aqueles que se juntam a causas só para se dar bem com as mulheres!


Desculpe, mas quem faz, o faz por amor, não para ganhar 154 likes. Pode ser que não seja a intenção, mas dá uma impressão de ser altamente fake. É a Luciano Huckização do mundo em escala reduzida, afinal a matriz desenvolveu a fórmula perfeita, afinal nada melhor do que posar de bom moço e ainda encher os bolsos com isso, não?


O que fica é que este é realmente o fim dos tempos, mesmo que já faça algum tempo onde ser fake é altamente normal para “sustentar uma imagem real”. E para meu desespero, já teremos muitos substitutos a altura para apresentar o “Caldeirão do Huck”.

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