Aqui no Borrifando falamos de muitos assuntos. Borrifamos no exército brasileiro e também no aquecimento global. Borrifamos na Globo e também na Geisy, mas muitos dos nossos posts podem ser categorizados em um mesmo grupo: a falta de crítica da população.
É inegável que, na nossa opinião, está aí o maior problema do Brasil, como inclusive já falamos no post "O pior do Brasil é o brasileiro". Até aí, novidade para ninguém. O que quero falar hoje é, na verdade, uma pergunta. Uma pergunta que gostaria que cada um fizesse a si mesmo, assim como eu me fiz.
Que a população brasileira sofre com a pouca educação que o estado oferece e com informações limitadas que as principais mídias de massa põe a disposição, todos sabemos, mas a questão é: o que você faz em relação a isso?
Como age diante dessa constatação? Que tipo de conversas tem com pessoas que você julga terem um repertório menor que o seu? Pense bem. Você as estimula? Ou, como prepotentes que somos, age com condescendência e segue criticando?
Esses dias ouvi uma estória que me fez pensar em tudo isso. Um amigo gaúcho estava em São Paulo a trabalho e, a caminho da reunião, batia um papo com o taxista. Passando sobre a nova ponte estaiada do Morumbi, comentou:
- Nossa, essa ponte nova é realmente muito bonita, né?
O taxista, entusiasmado com o elogio que o gaúcho fazia à nossa cidade, respondeu:
- Sim, é sim!
- Hm.. e o senhor sabe quem foi que a projetou?
- ... Puxa, não sei.
Com mais algum tempo de viagem, o gaúcho, já com outro assunto em mente, perguntou:
- Como chamava mesmo aquele casal cuja menininha caiu pela janela?
- Ah! O casal Nardoni! Terrível essa história.
E o gaúcho, pensativo, respondeu:
- O senhor não acha estranho que saiba o nome desses criminosos, mas não saiba quem projetou essa ponte tão bonita por onde o senhor passa quase todos os dias?
O taxista concordou um pouco confuso e permaneceu em silêncio até que chegassem ao seu destino. Quando o gaúcho já estava saindo do carro, ele falou:
- Olha, o senhor me pôs uma coisa na cabeça hoje. Fiquei encafifado. Não vou esquecer disso, não.
Ambos se despediram e assim ficamos com um taxista com uma pulga atrás da orelha e, quem sabe, um maior senso de crítica.
O que queria perguntar é: o que você faria no lugar do gaúcho? Teria essa conversa, ou bateria um papo bacana sobre o clima e o Brasileirão? Hm?
3 Comentários:
Tenho que admitir, essa doeu em mim.
excelente debi
eu falaria do brasileirao e ainda tiraria com a cara do Rodolfus, por torcer pro Corinthians
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