A revolução dos Mullets

Provavelmente as pessoas subestimam ou desdenhem as coisas diferentes do normal. É por isso que existem pessoas que adoram ser contra tudo e todos. Mais ou menos como os adolescentes que gostam de cinema cult e bandinhas de babaquinhas de terno que acham legal ter atitude blasé sobre tudo. (Para maior conhecimento, leia o texto “Adolesecentes Cults”).

O que eu não entendo é porque até este tipo de pessoas, acostumadas a ir contra os padrões da sociedade, subestimam o poder de um bom penteado. Os mullets são provavelmente a prova de que existe vida inteligente e digna na América do Sul. Vejam o caso dos nossos irmãos chilenos, uruguaios, argentinos e paraguaios. Toda a população masculina destes paises aprecia um bom mullet. Mas fora deles, todos acham que este tipo de corte está fora de moda e que se trata do assassinato da moda e da boa elegância.

Dito isto, gostaria de saber quem dita essas normas. Quem é que põe na nossa cabeça que o legal é só ter cabelinho liso? Ou no estilo Amelie Poulin Cogumelo (terrível!), no caso das meninas?

É uma ditadura que persiste porque somos escravos do mundo da moda, da indústria do consumo e da mídia de massa. Aqui no Brasil leia-se Globo, TV fechada e a influência de programas de TV americanos e europeus. A MTV também entra nesta corja, sempre se achando muuuito descolada (tá bom!).

Todas elas parecem ter um desdém pelos mullets. Mas ao contrário de toda essa massa negativa a essa manifestação cultural, sou a favor do corte. Para este bloggista, não há nada mais digno de ser sul-americano do que cultivar os cabelos longos atrás das cabeças. Mais ou menos como os russos são dignos e orgulhosos de tomarem vodka, americanos de consumirem carros grandes e beberrões e os franceses de serem umas bixinhas.

O que quero dizer com isso é que cada povo guarda uma cultura diferente e que, para muitos, pode ser bizonha. Portanto não necessitamos nos esconder por trás do que está imposto na nossa sociedade brasileira. Onde a mídia diz que você tem que ser loirinho de olho claro para ser modelo, fortinho e malandro para virar ator da Malhação e ter bunda grande para ser gostosa.

Tenha você o seu estilo! Não porque é cult ou mainstream, oras. Mas porque você aprecia de verdade. Não se importe com o que os outros irão dizer e muito menos dê ouvidos às bixinhas editores de revistas de tendências.
A única tendência que vejo nisso é um monte de patricinhas da elite paulistana pateticamente iguais com seus cabelinhos alisados na chapinha, calça Diesel e suas blusinhas da Abercombie & Fitch, todas elas dirigindo o mesmo Punto ou Pajero TR4 que o papai deu de presente.

Por isso sou a favor dos mullets, por ser contra tudo o que impõe para você seguir. E não apenas contra a mídia aberta, já que, sem perceber, também te impõem a ter atitude cult e conhecer um monte de bandinhas que você não quer! Abram a cabeça! O cult, no fim do dia, é um baita de um mainstream cagalhão! A diferença é que ele se acha muito descolado. É que nem a MTV!

Morte à Belle And Sebastian e todo esse tipo de viadagem. E viva os cânticos uruguaios empurrando o Nacional de Montevidéu na Libertadores da América.... Pois são deles e de seus mullets a real liberdade anti-mainstream.

Nas fotos, hinchas do River Plate com mullets e Trifon Ivanov, o jogador de futebol mais legal do mundo, adepto do mullet e leão de chácara da seleção bulgara de futebol de 1994.