Até tu Rodolfus ?

Quero começar minha participação me apresentando. Meu nome é Rodolfo, tenho 22 anos, sou paulistano, residente da zona norte de São Paulo, recém formado em comunicação social e acima de tudo, Corinthiano Apostólico Romano. Minha contribuição nesse blog se dará da seguinte maneira: Farei uma coluna da qual gostaria de chamar “Até tu Rodolfus?” borrifarei de forma aleatória assuntos que eu julgar pertinentes. Mas o importante é que sou mais um entusiasta da arte de borrifar.

Como primeira borifada, falarei de certa tribo, que com certeza muitos de vocês já viram por aí. A tribo em questão é a tribo ABA-RETA(do latim nao dobrus bones). Pertencentes dessa tribo, geralmente vistos em regiões periféricas de São Paulo, possuem algumas características que podem ser facilmente observadas, como:

• Roupas coloridas, com tamanhos três ou mais vezes maiores do que o normal;
• Se estão de bermudas, é possível observar as meias levantadas até o meio da canela;
• Tênis também de tamanhos estrondosos;
• Correntes de pelo menos 3 kg pendurados no pescoço;
• E o item que gerou o nome da tribo, o boné com a aba completamente reta. ( Esse item não é apenas utilizado da maneira usual. As variações são: o boné virado de lado, estilo Sérgio Malandro, e também a combinação com uma bandana embaixo do boné.).

Antes de continuar a descrever esse curioso grupo, quero deixar bem claro de que isso não se trata de uma crítica à cultura Hip Hop, que independente do meu gosto pessoal de música, respeito muito. Vocês poderão comprovar isso com algumas comparações que farei mais a frente.

Agora voltando à descrição. É possível ver os ABAS-RETAS em veículos próprios e bem particulares. Geralmente são veículos modificados a partir dos originais GOL ( do latim volkswagens quadradus) e KADETT ( do latim antigus carrus di playbois), com detalhes em neon (do latim luzis di puterus) e peças cromadas ( do latim espelhus di pobris). Além disso, outro fator quase sempre observado é a proximidade do veículo do chão, isso devido a falta de parte ou completa de amortecedores. (Nota-se que segurança não é um item de grande importância para essa tribo). De dentro desses veículos automotores ouve-se músicas diversas que diz muito sobre a personalidade dessa tribo.

Normalmente as tribos urbanas são formadas a partir de um estilo musical, como o punk, o grunge e o próprio hip hop. Já a tribo ABA-RETA se trata de uma tribo híbrida. Com uma parte Hip Hop, principalmente nas gírias e nas roupas. Já o uso das correntes vem de uma mistura do hip hop com a antiga tribo dos anos 90, os pagodeiros. Mas o que realmente diferencia a tribo em questão é sua total falta de personalidade. Seja na música, onde a maioria diz que ouve rap, mas em seus veículos podemos ouvir pagode, rap, Black music americana (essas de PIMP), funk carioca, por incrível que pareça reggae e também música eletrônica. A única coisa em comum é que são músicas produzidas em massa e enlatadas para o grande público.

Mas a sua falta de personalidade se dá principalmente na questão da ideologia. Os ABA-RETA chupam muito da cultura hip hop, onde em alguns momentos podemos até confundir suas espécies. Mas no momento em começam a falar podemos observar as diferenças. Toda ideologia presente nos reais representantes da cultura hip hop, seja na música, dança ou arte(grafitti), é totalmente ignorada pelos ABA-RETAS.

Para finalizar, o objetivo maior dos pertencentes a essa tribo é virar mafioso ou cafetão. Ter poder, mas sem trabalhar para conseguir. Caminhos “alternativos” são sempre bem-vindos.

Mas vamos falar sério, se for pra ser mafioso, então seja um Corleone ou um Montana, é muito mais legal.