A gente os conhece. Estão por aí, estão em todo lugar que freqüentamos. Desde pequeno quando você estava na escola, também estavam lá quando você cursou a faculdade (ou ainda cursa no caso de alguns) e persistem no trabalho e na vida. São os seguidores.
Seguidores são aquelas pessoas que sempre gostarão do que está na modinha ou no modismo. O cara não tem personalidade a ponto de botar um toque pessoal em sua biografia, nos seus gostos, na suas músicas. São pessoas que tem gostos extremamente voláteis para tudo: roupas, música, carros e viagens. Mudam tão rápido de opinião quanto o planeta gira para mais um dia.
Ultimamente ando impressionado como as pessoas que até três, quatro anos atrás freqüentavam raves e adoravam se acabar em uma “balinha”, aderiram neste último ano e meio à modinha do sertanejo. Eles anteriormente iam até o interior de São Paulo com seus Fiat Stilo ficar sem camisa e ouvir aqueles DJ israelenses. Hoje usam chapéus de caubói e se acabam no Vila Country. Agora eis a pergunta que eu faço a todos. Será que estes caras realmente gostam dessas musicas caipiras ou é apenas porque isso está tocando em toda rádio que não seja a Kiss FM?
Aí vem, lógico, à minha cabeça último texto do Paulo, dizendo que não, eles não gostam. Ninguém muda de opinião tão rápido assim. Apenas os seguidores. Eles já usaram Oakley quando eles eram moda, usariam hoje se fosse novamente, mas agora preferem, por hora, cantar “Chora, me liga e sei lá mais o que”.
Esses são os mesmos caras que também há uns três, quatro anos se acabavam na micareta com aqueles abadas horríveis. E sim, sem nenhum pudor iam na semana seguinte para Indaiatuba para outra Rave.
Aí se você entrar no Orkut do Caco, apenas para ilustrar o nome de algum desses caras, vai estar lá aquela frase do Raul Seixas “Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, apenas para parecer inteligente. Tão profundo quanto um pires.
Sim, as opiniões mudam, os conceitos mudam, as idéias mudam, mas a essência sempre será a mesma, se gostamos de uma coisa de verdade, provavelmente isso não mudará na próxima estação. Provavelmente não será rasgado e subestimado como “coisa do passado”. Não faço aqui juízo de valor sobre gosto musical ou estilo de roupa, e apenas para lembrar, se hoje os seguidores usam Abercrombie & Fitch, no passado usavam com orgulho Quicksilver. Apenas faço juízo de valor sobre a falta de critério e personalidade.
São esses caras que jamais utilizarão uma roupa com personalidade, que comprarão e subsidiarão para sempre as chamadas “roupas outdoor” onde você parece um daqueles jogadores de futebol patrocinados.
Ou você já conheceu alguém de conteúdo e interessante que estivesse usando ao mesmo tempo uma camisa A/X, uma calça Diesel e um Nike Shox?
É tanto dinheiro e tão ínfima personalidade que eles ficam parecendo um robô da indústria. Lógico, para alegria geral das marcas, que criam a tendência que quiser, afinal sempre estarão lá os seguidores, garantindo o fechamento do mês. E no caso, pagar o meu salário.
E apenas para dar uma resposta contrária a tudo isso e mesmo parecendo uma contradição, afinal se trata de um filme da indústria, deixo um link para vocês refletirem sobre a essência, sobre aquilo que realmente importa. O valor das idéias e das tradições ante os modismos.
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