O mundo é realmente um lugar muito interessante. Aprendemos
muito por aqui. É só lembrar que quando nascemos, a única coisa que somos
capazes de fazer é borrar nossas fraldas, chorar mais alto que o Mont Blanc e
mamar nos seios maternos da progenitora, responsável por esta viagem maluca e
transcendental neste planeta de Meu Deus.
Porém, ao longo dos anos, vamos, na teoria, ficando mais
sabidos; aprendemos um bocado de coisas inúteis no colégio, tal como as
cinquenta e quatro etapas do ciclo de Krebs e a capital da Islândia. Coisas até
interessantes, mas que não usamos lá muito na vida adulta. Enfim, durante a
época do colégio, até os dezessete anos, vamos aprimorando nossa visão do mundo
e lapidando nossos gostos pessoais.
Alguns, entretanto, não evoluem na mesma tocada e acabam desenvolvendo
gostos duvidosos. Posso e estou sendo extremamente ranzinza, mas de fato não
consigo entender alguém que realmente goste
de ouvir certos tipos de música. Bem, posso até lamentar muito, mas o ouvido é
de cada um. Apenas não ouçam estas merdas em alto volume no coletivo. Mas isso
é assunto para outro post.
Finalmente chegamos à universidade e começamos a ter contato
com um mundo novo e maravilhoso, cheio de fantasias, festas, gente jovem e
bonita. Neste contexto, temos uma vontade realmente legítima de querer correr
atrás dos nossos ideais de mundo e vida. Posso afirmar que realmente acho
bonito quem quer trabalhar no terceiro setor, ajudar e até mesmo dedicar sua
vida para fazer a diferença para a sociedade em nome de uma causa. Conheço
pessoas que doam muito do seu tempo e carreira para causas muito nobres e que
levam este assunto muito a sério. E por respeito a estes, não respeito os
sujeitos do parágrafo abaixo.
Como sempre, tem outra parcela que tem um monte de “ideais”
a serem seguidos. Mas, veja só, são bandeiras defendidas apenas para pagar de
intelectualóide de esquerda e fingir aos outros o quão engajado eles são. Baseiam
suas boas ações nas redes sociais, posam de grandes engajadores em troca de
likes no Facebook. No Instagram está lá a “fotinha” de filtro escolhido e com
um bando de crianças pobres enquanto nosso agente social “exerce” sua causa.
Boom! 100 likes e umas tontas enganadas e imagem social garantida. Em paralelo
compartilha alguns artigos aos quais não leu nem a metade, posta uma frase enfadonha de efeito e
assim endossa seu contexto. Boom! 30 likes.
Novamente, não critico a quem faça o bem ou tente levantar
suas bandeiras. Acho boçal quem fala, por exemplo, de socialismo, manda atear
fogo no capitalismo e ao livre mercado com um discurso mais vazio do que balada
no asilo e, como num passe de mágica, aparece cheio de roupinha de marca em uma
foto em South Beach, Miami. E curtindo muito!!! É fácil brincar de canhota
quando se tem todo o conforto da casa e dinheiro do papai, não? Posso garantir que
tinha um tipo desses como meu amigo no “feice”. Ignorei, pois há certos tipos
que não merecem o trabalho.
Em casos menos graves (ou não, boa discussão), há gente que
simplesmente precisa compartilhar sua foto de “trabalho social” que fez em algum
lugar remoto do mundo e, até mesmo, pasmem, aqueles que se juntam a causas só
para se dar bem com as mulheres!
Desculpe, mas quem faz, o faz por amor, não para ganhar 154 likes. Pode ser que
não seja a intenção, mas dá uma impressão de ser altamente fake. É a Luciano
Huckização do mundo em escala reduzida, afinal a matriz desenvolveu a fórmula perfeita, afinal nada melhor do que posar de bom moço e ainda encher os bolsos com isso, não?
O que fica é que este é realmente o fim dos tempos, mesmo
que já faça algum tempo onde ser fake é altamente normal para “sustentar uma
imagem real”. E para meu desespero, já teremos muitos substitutos a altura para apresentar o “Caldeirão do Huck”.
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