A inspiração para minha borrifada veio no domingo, dia em que geralmente eu não faço nada além de assistir futebol e esportes a motor nos canais que são oferecidos pela NET, graças à ressaca. A minha borrifada não é sobre esportes, mas sim sobre os Estados Unidos da América e todo o sentimento de repúdio/ódio/inveja/admiração/amor presentes no relacionamento entre o povo tupiniquim e os Yankees.
Nos anos 80 e 90, o Brasil tomou na cabeça uma enxurrada de cultura e não-cultura Americana. Cinema, esportes, programas de TV, feriados, brincadeiras de criança, métodos de ensino, métodos politicos, tudo que acontecia nos Estados Unidos passou a ser conhecido e utilizado também aqui no Brasil. As pessoas da minha faixa-etária já nasceram com esse estilo de vida “americanizado”, e apenas os mais estudados sabem dizer até que ponto precisamos disso, até que ponto admiramos isso e até que ponto fazemos as coisas sem nem mesmo saber porque.
A verdade é que, com a mesma força que a cultura norte-americana invadiu o Brasil, uma corrente contra a influência Yankee no Brasil se formou, e hoje, no ano de 2009, é muito mais comum você ver um popular falando que odeia americanos, que eles são ignorantes, do que dizendo que o sonho dele é conhecer e morar nos EUA. Os que tem mais dinheiro também se encaixam nesse perfil. Hoje em dia os alunos de faculdade preferem muito mais valorizar e estudar a cultura e o modo de vida europeu, viajar para Paris ou para a Itália do que estudar nos EUA. Isso tem uma explicação, o preconceito exagerado contra tudo que vem dos EUA.
A minha borrifada é que, com esse sentimento de ódio ao Americano que o brasileiro criou, temos muito mais a perder do que a ganhar. É comum você ver as pessoas falando dos filmes holywoodianos como se fossem “bestas”, apenas voltados para a venda, sem conteúdo algum. Tudo bem, você tem todo o direito de não gostar do roteiro do filme, mas é inadmissível você não se interessar por toda a indústria, pela quantidade de gente que participa daquela produção, de como aquilo é lançado mundialmente e como tudo é sincronizado para que o DVD do filme só chegue até a sua casa quando no momento certo. Claro que aqui você já vai assistir o filme antes mesmo de ser lançado no cinema né! É malandrão, viu só como Brasileiro é esperto ? É por essas e outras que temos que comprar um video game a 2 mil reais, já que a Sony não vê vantagem em fabricar games num local onde a pirataria é incontrolável.
Eu mesmo já fui ironizado porque confesso: Sou fã da cultura Americana, do modo como eles conseguem fazer pequenas coisas se tornarem grandiosas, a forma como o marketing eficiente deles faz qualquer evento ou pequeno negócio ser lucrativo, e é claro, a qualidade de organização do país. Vou dar um exemplo simples. Ao entrar no site da Nascar, principal categoria de automobilismo Americano, você encontra informações sobre ingressos de todas as etapas, estatísticas, interatividade entre os fãs, e com certeza vai encontrar qualquer informação sobre a categoria. Ah, é claro, vai encontrar bonés, bonecos e miniaturas de todos os carros, pilotos e equipes disponíveis na loja virtual que entrega para todo o mundo. Agora, entre no site da CBF, organizadora do Campeonato Brasileiro de Futebol, você com certeza vai se decepcionar e ver que não vai conseguir sequer saber o resultado do ultimo jogo do seu time. Já escrevi aqui um texto sobre os grandes espetáculos, nele vocês podem entender um pouco melhor o que eu penso sobre a organização feita pelos americanos.
Para mim, é preciso tomar cuidado. Eu acredito sim que os americanos são mais ignorantes em relação à cultura mundial do que o resto do mundo, ou seja, eles provavelmente não sabem se Buenos Aires fica no Brasil ou não. Mas eu também não acredito que nas escolas americanas, os alunos aprendam que a Amazônia é uma area de controle internacional. Isso é uma farsa de esquerdistas malucos, estudantes fumadores de maconha da USP que sabem invadir a reitoria como ninguém, mas não sabem porque estão invadindo.
É preciso aprender com os americanos aquilo que eles fazem de melhor. Não podemos achar que por eles não nos conhecerem, não devemos respeitá-los. Temos é que buscar por meio dos metódos de sucesso deles, ser melhores do que eles, para aí sim, eles serem obrigados a nos conhecerem um pouco mais. Cantar o nosso hino com a mesma emoção que eles o fazem nas 200 milhões de vezes que ganham o ouro a cada olimpíada. Fazer o mesmo discurso de sempre buscar a vitória, ser o melhor, e não apenas ser feliz em chegar à final. Isso não é arrogância, isso é determinação. Se um dia a gente colocar isso na cabeça, quem sabe a gente diga pra eles: Boston não era aquele time de basquete ? E eles serão obrigados a nos explicar um pouco de geografia.
E O MUNDO, O QUE ACHA DISSO ?
terça-feira, 4 de agosto de 2009
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