Postando hoje um pouco mais cedo que o habitual.
Não vou repetir o que já foi dito pelo Pedro Tadashi no post dele da semana passada e também não vou falar dos porcos urinando de cima do Viaduto do Chá.
Vou focar meu texto na parte musical que presenciei.
Vamos começar pelo início.
Eu e Paulo Dragocinovic resolvemos ir ao show de abertura da Virada Cultural, no palco da Avenida São João, com Jon Lord, ex-tecladista da banda de rock Deep Purple. Para quem não conhece, não, ele não é um cãozinho dos teclados da terra da rainha.
Nos encontramos no metrô Marechal Deodoro e fomos sentido à Praça da República. Eis a primeira surpresa.
Foi genial a idéia do metrô de fechar uma das principais estações de acesso aos principais palcos da Virada Cultural justamente no dia do evento. Mais genial ainda foi o motorista do metrô (Metrô tem motorista?) só informar que aquilo estava acontecendo quando o trem já retornava para sua estação de origem. Fomos ligeiros e descemos uma estação antes, onde conseguimos pegar um ônibus na faixa para o Anhangabaú.
Mas eu não queria ir até o Anhangabaú! Queria descer na metade do caminho!! Bom... o ônibus já era de graça, melhor não reclamar. Assim como as outras 15 mil pessoas que estavam colocadas como gado dentro do ônibus fizeram: ficaram em silêncio aproveitando a viagem e o transito infernal do centro de São Paulo em plena Virada Cultural.
Chegando ao show, o habitual atraso brasileiro.
Achei o palco relativamente baixo. Na verdade, isso foi um eufemismo para a expressão: Não enxerguei porra nenhuma! Mas ok, sei que a juventude hoje em dia está cada vez mais alta.
Não bastasse o palco baixo (era evidente que estava mais baixo, principalmente se compararmos aos outros palcos do evento), as pessoas com mais de 1,95 metros, as mãos levantadas com celulares para registrar o momento e o empurra-empurra, ainda tínhamos que agüentar os famosos vendedores de cerveja de isopor.
Sério... eles se ploriferavam mais do que motoboys em acidentes de carro. Em um dado momento do show, consegui contabilizar incríveis 6 vendedores em um raio de 2 metros. E onde eles estavam posicionados? Bem à minha frente, claro, tampando qualquer possibilidade de eu assistir ao show com suas mercadorias colocadas sobre seus ombros. Fora quando eles educadamente queriam passar do seu lado, te empurrando com um braço e te dando isoporzada na cabeça com o outro.
Fora isso, foi um belo show. Lord, que sempre teve suas raízes na música erudita, tocou o Concerto para Grupo e Orquestra de 1969, mostrando um mix de música clássica com pegadas de Jazz, Blues e Rock.
Na verdade, seria mais belo ainda se pudéssemos prestar atenção na música. Era vendedor de cerveja passando de um lado, outro tapando a visão na frente, pessoas andando em fila atrás do vendedor de cerveja que passou do seu lado e abriu caminho, pisões no pé, pessoas conversando... O show era um coadjuvante naquele ambiente. Ainda mais um concerto. Fico triste de ver que as pessoas não estavam preparadas para esse tipo de show. Pelo menos não nesse ambiente.
Na segunda parte do show, quando Jon tocou músicas mais conhecidas do Deep Purple, como Pictures of Home e Child in Time, a galera cantou e pulou como esperavam desde o início da noite.
Outro fato me irritou muito, não só nesse show, como em outros que eu assisti.
Se tem uma coisa mais chata que o fã de Nirvana é o pseudo-fã de Raul Seixas.
A organização do evento destinou um palco exclusivamente para eles, que não se contentaram e foram gritar “Toca Raul!” pelos outros palcos.
Pior que eles em sua grande maioria não são fãs e querem ser os engraçadões da sua turma de amigos, então acham genial a idéia de gritar “Toca Raul!” no final de cada música que QUALQUER banda toque. Talvez, quando essa expressão surgiu, ela era engraçada e divertida, mas precisam avisar aos engraçadões que eles estão meio atrasados, e, pra mim, isso é um grande desrespeito a qualquer artista que esteja se apresentando e aos ouvidos da platéia, que não é obrigada a ouvir isso em todo show. Se quisessem gritar, fossem ao palco do Raul Seixas, mas como não são fãs, ficam pentelhando em palcos alheios.
No mais, parabéns a todos pela realização de mais uma Virada Cultural, iniciativa que acho plausível e admiro muito. Acho que ainda precisa de uns retoques, mas está evoluindo, e mesmo com orçamento menos esse ano, foi um grande evento.
No mais, parabéns a todos pela realização de mais uma Virada Cultural, iniciativa que acho plausível e admiro muito. Acho que ainda precisa de uns retoques, mas está evoluindo, e mesmo com orçamento menos esse ano, foi um grande evento.
E pelo menos não teve show da Mallu Magalhães.
1 Comentário:
Sim... a iniciativa e tentativa da virada cultural é ótima! A execução ainda é muito ruim, muito devido ao público que vai, e se acha no direito de destruir tudo.
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