Caros leitores,
Começo a borrifação de hoje informando que a partir desta semana, toda quarta-feira, meus textos serão exclusivamente dedicados à música, depois de tanto tentar não falar sobre esse assunto.
Não escreverei apenas sobre estilos musicais, ou se a banda X é melhor que banda Y, mas tentarei sempre levantar alguns questionamentos sobre a música e como ela está inserida na nossa sociedade. Claro que em certos momentos deixarei evidente a minha opinião e meus gostos musicais, mas espero que contra-argumentem nos comentários.
A primeira borrifação dessa série será sobre a Loudness War.
O que é isso?
A Loudness War, observada recentemente (mais precisamente nos últimos 15 anos), nada mais é do que um aumento gritante no volume das músicas de um disco durante sua gravação e masterização. Isso acontece para que o material seja capaz de prender a atenção de quem o escuta, afinal, hoje em dia o consumo de música mudou.
Recentemente, li uma matéria na Folha Online que achei no mínimo curiosa. Fãs da banda Metallica afirmavam que a versão do mais novo trabalho da banda (Death Magnetic) para o jogo Guitar Hero era melhor que a do CD. Ao assistir um vídeo, cujo link estava na matéria da Folha, é nítida a diferença de sonoridade da mesma música no CD e no jogo.
Ao analisar o trabalho de outra banda de rock, o Iron Maiden, essas mudanças são também muito perceptíveis ao longo de sua carreira. Os primeiros trabalhos do conjunto inglês são completamente diferentes dos mais recentes, que têm essa interferência da Loudness War, o que faz com que muitas vezes os fãs achem que as músicas soam muito melhores nos shows do que em gravações.
Ao analisar o trabalho de outra banda de rock, o Iron Maiden, essas mudanças são também muito perceptíveis ao longo de sua carreira. Os primeiros trabalhos do conjunto inglês são completamente diferentes dos mais recentes, que têm essa interferência da Loudness War, o que faz com que muitas vezes os fãs achem que as músicas soam muito melhores nos shows do que em gravações.
As formas de consumo da música mudaram bastante, junto com nossa sociedade. Estamos na era da superficialidade. Com tantas coisas acontecendo e o acesso praticamente ilimitado à informação, nos tornamos indivíduos com mais generalistas, porém, que pouco se aprofundam em determinada discussão, o que é uma característica da Snack Culture.
Com isso, passamos a fazer 80 coisas ao mesmo tempo, ou você nunca assistiu TV, navegando na internet, mandando uma mensagem SMS para um amigo no celular e ouvindo suas músicas no computador?
Então, produtores musicais tiveram essa grande idéia de fazer a música se sobressair no meio de tantas outras atividades aumentando seu volume!
Aí está meu questionamento... onde vamos parar? Até que ponto vamos continuar aumentando o volume das músicas para literalmente "ganhar no grito"?
Acho que o futuro da música é justamente esse produto de menor complexidade, mais enxutoe direto ao ponto, demandado pelos novos ouvintes. Ainda, se a Loudness War continuar, a valorização do concerto ao vivo será ainda mais acentuada, já além de estarmos nessa era da experiência, e vivenciá-la num show é muito importante, as músicas ao vivo soarão cada vez mais naturais.
Acho que o futuro da música é justamente esse produto de menor complexidade, mais enxutoe direto ao ponto, demandado pelos novos ouvintes. Ainda, se a Loudness War continuar, a valorização do concerto ao vivo será ainda mais acentuada, já além de estarmos nessa era da experiência, e vivenciá-la num show é muito importante, as músicas ao vivo soarão cada vez mais naturais.
E mais... Como a música clássica, por exemplo, vai se adaptar? Um estilo musical que preza pela excelência artística e total equilíbrio entre instrumentos pode simplesmente usar essa distorção? Como uma obra erudita de 40 minutos pode prender a atenção de um ouvinte, ainda mais o jovem, por tanto tempo?
Vamos perder nossa essência em troca dessa superficialidade, e deixar isso refletir em uma das mais importantes manifestações culturais, que é a música?
1 Comentário:
obaaaaaa musica minha paixão desde menninha
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