Hoje minha borrifação será sobre a internet e seus reflexos na música, porém com uma abordagem um pouco diferente da que tive em outros textos.
Outro dia, me envolvi numa amigável e construtiva discussão com um amigo sobre o poder da internet e sua influência em nossas formas de consumo e produção de informações, entre elas, produtos musicais.
Essa mudança já é evidente, como percebemos, por exemplo, em mais uma notícia sobre a queda da venda de CDs, e com isso a internet passa a ser uma ferramenta de compartilhamento, consequentemente, de democratização.
A partir do momento em que todos somos provedores de conteúdos na rede passamos a ter uma responsabilidade muito maior. Todos somos também formadores de opinião, em maior ou menor grau, e isso acontece justamente porque o povo brasileiro é muito pouco questionador.
Aceitamos as informações e conteúdos passivamente. Sempre foi assim, creio eu que muito por culpa do modelo de ensino, que desde sempre estimulou essa passividade, afinal é muito mais fácil ficar na sua do que questionar e bater de frente com os professores na sala de aula.
Ouvimos, assimilamos e tomamos como verdade absoluta. Não somos estimulados a pesquisar para formarmos nossa opinião sobre o assunto e então ter embasamento para discutirmos, seja com professores como com colegas de trabalho, amigos, parentes, etc.
Aí está o grande problema da internet.
Imagine você que qualquer pessoa alfabetizada e com acesso a internet pode criar um blog e começar a criticar coisas ao acaso.
Ou melhor.
Imagine que agora qualquer um com um microfone e um violão grave sua música e poste ela no youtube.
São nesses momentos que precisamos de um olhar crítico. Quando dizem que a Wikipedia está deixando todo mundo mais burro, eu concordo. Nosso filtro é frágil, ainda mais nesse ambiente totalmente vulnerável e inconfiável que é a internet.
Além disso, outro foco da minha borrifação é justamente com o poder democratizador da web.
Pelo amor... no Brasil, segundo dados do Ibope, somos pouco mais de 62 milhões de inernautas, o que representa aproximadamente 33% da população brasileira. E os outros 67%?
Enquanto a inclusão digital não for completa a internet não vai democratizar e sim aumentar o abismo, o que pode até ser bom, pois essas pessoas terão ainda menos olhar crítico sobre os conteúdos da rede. Como já disse meu colega Diogo Petrescu em um post, viva a inclusão digital, mas só se tivermos junto um programa educacional.
Enquanto todos idolatram aquela tia escocesa, Susan Boyle, só porque seu vídeo no youtube teve sei la quantos views em sei la quanto tempo, me pergunto quantos talentos tão bons ou até melhores que ela estão escondidos em casas de pau-a-pique no interior do Brasil.
Pelo menos, reconheço que Susan Boyle é de certa forma talentosa, mas imagina se aparece outra Mallu Magalhães no showbizz britânico...
1 Comentário:
Assino embaixo em tudo. Perfeito, Fi.
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